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O Valor do(a) dev: Além das linhas de código e dentro do contexto do produto
Luis Felipe Batista Silva

Luis Felipe Batista Silva

5 min de leitura
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Todos nós sabemos que nossos trabalhos impactam as empresas nas quais trabalhamos. Ou, pelo menos, deveríamos saber. Gostaria, então, de tomar a liberdade de discorrer sobre o tema de uma forma um pouco mais descritiva e exemplificada.
Geralmente, quando iniciamos em um novo trabalho, nossa primeira ação é entender quais tecnologias são utilizadas, em quais projetos vamos trabalhar e como será nosso dia a dia no setor, seja ele de TI, engenharia, produto, etc.
Se você é júnior, as coisas mudam um pouco. Você se vê em cenários em que parece não entender sequer uma palavra do que está sendo dito ou, na melhor das hipóteses, entende muito pouco. Luta para aprender a debugar um código, entender o que é um teste unitário (e por que, afinal, você precisa dele) e ainda conseguir fazer um código que seja minimamente aceitável, recebendo talvez 10 change requests no GitHub vindas do seu pleno ou sênior.
Em um mundo ideal, é totalmente correto afirmar que isso é normal. Afinal, um júnior é alguém sem experiência suficiente para fazer as coisas sozinho. Ele ainda não sabe escrever códigos com facilidade, não entende padrões de projeto, arquitetura, testes, etc. Contudo, ao aprender os fundamentos das tecnologias que utiliza, já tem uma boa parte do caminho do aprendizado traçado para ser percorrido.

O contexto importa

Como desenvolvedor, você já deve ter se perguntado: o que o produto que estou desenvolvendo faz em um contexto geral? E, se nunca se fez essa pergunta, saiba que ela é o principal norte para o seu desenvolvimento como programador. Afinal, a programação é uma ferramenta para resolver problemas. Logo, devemos saber qual é o problema, como ele pode ser resolvido, qual tecnologia se encaixa na solução pensada e como podemos criar uma estrutura de desenvolvimento para que a solução se torne um produto.
Para entender melhor o produto que você está desenvolvendo, é interessante explorar abordagens que ajudam a conectar a visão técnica ao impacto no usuário. Metodologias como design thinking, product discovery e práticas de user research podem ser ótimos pontos de partida. Elas permitem compreender as necessidades dos usuários, validar hipóteses e priorizar funcionalidades que realmente gerem valor. Além disso, ferramentas como entrevistas, jornadas do usuário e prototipagem rápida ajudam a construir um entendimento mais claro sobre como seu produto resolve problemas no mundo real.
Isso não é fácil e tampouco linear, como coloquei no parágrafo anterior, mas é o caminho que devemos considerar como modelo em nossa trajetória dentro do ciclo de produto. É também nesse momento que o contexto entra e muda a forma de pensar na solução e no público que ela atinge. E, se você está lendo isso e, por acaso, pensa que esse não é o seu trabalho como desenvolvedor, saiba que essa é a sua principal missão.
Para desempenhar esse papel de forma eficiente, é fundamental compreender como o trabalho em equipe potencializa o desenvolvimento de um produto. Colaborar com designers, gerentes de produto e outros membros do time proporciona uma visão mais ampla das necessidades do usuário e das prioridades do projeto. Metodologias como Scrum, Kanban e Programação em Pares (Pair Programming) incentivam a troca de ideias e ajudam o desenvolvedor a entender como suas entregas se conectam às demais. Essa sinergia entre as áreas reforça a ideia de que, no desenvolvimento de produtos, cada integrante é peça-chave para transformar uma solução em algo valioso e impactante.

Exemplificando com cenários reais

Hoje, trabalho com desenvolvimento de automação de equipamentos agrícolas, fazendo a ponte entre a comunicação de hardware e software. Isso exige que eu saiba o que o produto na fazenda faz, o que o cliente precisa que seja automatizado, como é o dia a dia de uma rotina desse equipamento, quais dados são necessários para atender ao cliente e, além disso, quais informações podem fidelizar esse cliente e agregar valor ao cenário dele. Questionando-me sobre esses pontos, consigo entender outra parte: o produto está atendendo bem?
Esse tópico envolve uma série de frentes diferentes, como comercial, suporte ao cliente e, obviamente, gestão dos times. E é nesse momento que o desenvolvedor entra. Você é a pessoa que vai transformar todo esse levantamento em realidade, algo que terá impacto na sua equipe, nos outros setores da empresa e, o mais importante, no cliente.

Conclusão

No fim das contas, ser um desenvolvedor vai muito além de escrever linhas de código. Trata-se de entender o propósito do que está sendo construído e, principalmente, de se colocar no lugar do cliente e da empresa para entregar uma solução que faça a diferença. Cada decisão que tomamos, cada problema que resolvemos, contribui para criar algo maior, que impacta diretamente o sucesso do produto e a satisfação de quem o utiliza.
Por isso, nunca subestime o poder do seu trabalho e o valor de se questionar sobre o que você está construindo. Enxergue o código como uma ferramenta que vai muito além da tela do computador, influenciando diretamente o campo onde ele é aplicado, os desafios diários dos usuários e as estratégias de negócios da empresa. Quando conseguimos conectar nosso trabalho a esse propósito maior, não apenas nos tornamos profissionais melhores, mas também encontramos uma motivação genuína para evoluir continuamente.
Então, podemos entender o valor de um desenvolvedor como sendo:
O agente principal de uma estrutura de conexões de diferentes cenários para a construção de uma solução integrada e sustentável.
E esse é o seu valor como desenvolvedor(a). Portanto, continue se questionando, aprendendo e buscando entender o contexto do que você está desenvolvendo. Essa mentalidade transforma problemas em soluções e, acima de tudo, desenvolvedores em agentes de mudança. Afinal, o impacto que queremos causar começa pelo entendimento profundo do que estamos construindo hoje.

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